Contradições analíticas de Carlos Moisés sobre a eleição e sobre si mesmo
- Aderbal Machado
- 18 de out. de 2022
- 2 min de leitura

Em entrevista, o governador Carlos Moisés da Silva analisou o resultado do primeiro turno das eleições em SC. Declaração dele: "Os catarinenses esqueceram da importância da eleição estadual, escolheram o desconhecido e vão se aventurar mais uma vez".
Jorginho, convenhamos, não chega nem perto de ser "um desconhecido".
Tá escrito bem assim. E, de quebra, lamentou que "a escolha de novo seja por número".
A princípio pensei ser uma brincadeira, uma fake news ou uma meme. Não. Tá lá.
Confirmou ter sido eleito "por uma onda". E sendo, afinal, nada mais que um número.
Ondas poucas vezes se repetem. Exceto, talvez, a do bolsonarismo. Que, apesar da torrente de críticas desde antes da posse do presidente, em 2019, conseguiu um resultado fenomenal no primeiro turno, seja em relação à Câmara Federal, ao Senado, aos governos estaduais e em muitas Assembleias Legislativas. Mostrou uma força descomunal. Realmente, na acepção do termo, um verdadeiro fenômeno eleitoral.
Isso ficou fartamente comprovado em muitos exemplo: SC, com a chegada de Jorginho Melo na disputa pelo governo e de Jorge Seif na eleição ao Senado. E mais eleições como a do Astronauta Ponte em SP e Hamilton Mourão no RS, candidaturas tidas, supondo-se as pesquisas, como derrotadas a priori.
A queda de Moisés se deveu a muitas ou a todas as suas incoerências e defasagens políticas. O desgaste foi contundente ao longo do tempo. Nem a cooptação escancarada de prefeitos do MDB surgiu efeito. Nem a colocação de um vice do MDB, o empresário e ex-prefeito Udo Dohler, de Joinville. Pois lá mesmo, na maior cidade do Estado, tomou um banho de votos de Jorginho Melo. Um banho. E perdeu na maioria dos municípios administrados por prefeitos do MDB, inclusive daqueles que o apoiaram explicitamente.
Isso comprova que, dentro da razão de suas próprias palavras, não passou de um número.
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