Dubai saiu da agenda e é hora de abrir a "Caixa de Pandora"
- Aderbal Machado
- 2 de abr.
- 2 min de leitura
Só em 2023, conforme afirmou Claudir Maciel durante a campanha eleitoral municipal do ano passado, Fabrício Oliveira, então prefeito, viajou sete (7) vezes a Dubai, oficialmente. Se projetos houvesse ou se tratativas houvesse para tantas viagens, estaríamos vendo. Se os há, cadê? Eu não sei. Alguém sabe? Traduzindo: inutilidade. E cara.
Fico curioso e me pergunto sempre qual a finalidade disso. Talvez aquela maluquice de despejar dezenas de proprietários de uma área nobre do centro da cidade para construir um parque tenha vindo de lá. Tanto quanto a mirabolância e despesa inútil do tal projeto de reurbanização contratado com o escritório famoso (e caro) de Jaime Lerner, de Curitiba. Lá se vão anos e nada. A razão é simples: era uma loucura inexequível. Porque em Dubai, os caras fazem como bem entendem, derrubam e levantam, abrem e fecham, pois seu regime é assim. No nosso, o buraco é mais embaixo.
Enquanto isso, nada de Dubai ou do escritório famoso do Jaime Lerner se percebeu para, por exemplo, resolver a construção de escolas - nem uma sala se construiu nos oito anos de mandato de FO. Ou quem sabe para manter - apenas manter - a eficiência do sistema de esgoto que, de 95% de eficiência do primeiro dia do primeiro mandato de FO, chegou a 1% em 2024. E está-se lutando ferozmente para recuperar, por altos e baixos. Resumo: o sistema de tratamento de esgoto foi demolido sumariamente ao longo do tempo. Com a conivência tácita do prefeito, pois nada se fez para evitar. Ou quem sabe para cumprir o que estava nos dois planos de governo de FO sobre mobilidade urbana (principalmente em relação às vias marginais). NADA. NADA. NADA. Nem explicações deu. E, pasme-se, o boneco de ventríloquo dele, candidato a prefeito, jejuno na política local, inscrito no partido (PL) na undécima hora - portanto nem vida partidária tinha até ali, desprezando-se muitos que se ombrearam nos oito anos na defesa apaixonada do seu governo - ainda levou estupendos e assustadores (reconheça-se) 26 mil votos.
Talvez a política e eleição tenham um caráter apaixonante por isso: as surpresas acontecem. Agradáveis ou desagradáveis (é uma "caixinha de surpresas", dizia-se antigamente, ou, como disse um dia Leonel Pavan: em política, até boi voa). E sim, algumas surpresas são assustadoras e a gente fica pensando: que troço foi esse? Porém, passou. As favas estão contadasm (e a bravata do "a eleição não acabou" morreu na casca). Juliana se elegeu prefeita, entrando na história da cidade como a primeira mulher a consegui-lo, e com méritos indiscutíveis de luta e perseverança.
Está legitimamente no poder, e sob fogo cerrado de uma oposição que já foi situação, teve seus méritos e deméritos e continuará assim, com méritos e deméritos. Assisto a tudo imaginando e ouso aconselhar a prefeita: Juliana, pense bem nas filosofias de Maquiavel e no ditado latino, mais do que nunca verdadeiro: não se proste - e vejo que não o faz - e não fique na defensiva: si vis pacem, parabellun (se queres a paz, prepara-te para a guerra).
Juliana, durante a campanha, eu a ouvi afirmar, quando acossada pelas críticas e vozerios do seu principal adversário: "Vou abrir a Caixa de Pandora". Tá na hora, prefeita. Tá na hora.
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