O corpo mole na política e na eleição e seus efeitos nos detalhes de uma campanha e seus resultados
- Aderbal Machado
- 12 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Vê-se, e isto não é raro em política e em eleição, muitos adeptos ou "simpatizantes" caírem no corpo mole na hora do trabalho de campanha, por pura preguiça ou apenas comodismo, preferindo deixar o esforço para os outros e usufruindo apenas dos resultados eventuais.
Há muitos referenciais e episódios emblemáticos, por mim vividos. Um deles, quando, em 2004, na campanha pela prefeitura, primeira candidatura a prefeito de Edson Piriquito contra Rubens Spernau. Em meio à campanha, percebeu-se, por pesquisas e análises internas, a possibilidade de Piriquito vencer, tal a mobilidade e intensidade de sua performance nas ruas. Num determinado momento, houve a observação de que, dentro da própria prefeitura e me muitos considerados aliados de Spernau e do PSDB estavam jogados nas cordas, deixando pra lá, inclusive comissionados da prefeitura.
A ponto de o líder do partido e patrocinador político da candidatura de Spernau, Leonel Pavan, convocar reunião de todos os comissionados e simpatizantes convidados num sítio de Camboriú para um apelo final e uma advertência. A frase fatal e veemente de Pavan, no seu discurso foi: "Se querem perder a eleição ou se querem que Piriquito vença, pensem bem: não ficará um de vocês nos cargos pra contar a história". E os estimulou ao trabalho.
Naquela eleição, inclusive, houve uma tentativa de desmerecer o próprio Pavan, deixando de lado nas publicidades. A reação dele foi se afastar e deixar a campanha. O resultado foi o pior possível, chegando ao momento da famosa reunião, após um apelo emocionado para ele retornar à lide da campanha.
O próprio resultado final da eleição comprovou que havia um sentimento de mudança. Piriquito, já em 2004, conquistou mais de 42% dos votos, com toda a pressão em cima, tendo vencido bem as duas próximas - 2008 e 2012, com índices expressivos.
Só não venceu em 2004 porque, ainda lá, havia a força de Pavan, hoje muito reduzida eleitoralmente falando. A ponto de ele próprio perder em 2016 concorrendo diretamente com a sua cria política, Fabrício Oliveira, atual prefeito, reeleito em 2020.
Em compensação, Piriquito, tentando novamente em 2020, levou quase metade dos votos atribuídos a Fabrício Oliveira, disputando a prefeitura diretamente com ele.
O tempo, afinal, como mostram esses dados, transforma muito as realidades. Algumas lideranças não percebem e prosseguem com velhas táticas e velhas políticas, repetindo jargões vencidos no tempo e no espaço, alheios à evolução natural da política, das realidades e do eleitorado. Quem não compreende, não se renova ou não absorve isso, fica na estrada, mais cedo ou mais tarde.
CURIOSIDADE: na eleição de 2020, pesquisas indicavam um resultado que, ao final, praticamente combinou com as urnas apuradas. Assista: AQUI
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