Saúde estadual alerta para presença da variante Delta do coronavírus em território catarinense
- 15 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
A VOC (da sigla em inglês, variante de preocupação) Delta (classificação de linhagem
P ANGO B.1.6.17.2) foi notificada pela primeira vez em julho de 2020 e tem apresentado um
aumento exponencial de sua detecção no mundo, com uma predominância de quase 90%
das amostras sequenciadas a partir de julho de 2021 em alguns países.
Em Santa Catarina, até o dia 10 de agosto de 2021, foram detectados 36 casos da variante
Delta em 20 municípios catarinenses. Desse total, quatro são considerados casos
autóctones (de transmissão dentro do estado), sete casos importados (transmissão fora do
estado) e 25 estão em investigação sobre o local provável de infecção. Acredita-se que com
a conclusão das investigações e a continuidade das ações de Vigilância Genômica,
realizada a partir de amostras biológicas com resultados detectáveis pela metodologia de
RT -qPCR para o vírus SARS-CoV-2, em breve será decretada oficialmente a transmissão
comunitária da VOC Delta no Estado de Santa Catarina.
As evidências têm apontado para o risco relacionado à disseminação da VOC Delta. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que com a introdução desta variante há
possibilidade de aumento substancial de casos da COVID-19, com risco de saturação do
sistema de saúde. O Centers for Disease Control and Prevention - CDC dos Estados
Unidos, em seus estudos, indicou que as infecções ocasionadas pela VOC Delta são
provavelmente mais graves do que as variantes anteriores, e que indivíduos vacinados
infectados com esta variante podem ser capazes de transmitir o vírus tão facilmente quanto
àqueles que não foram vacinados.
Da mesma forma, pesquisadores ligados à OMS e ao Imperial College de Londres,
apontaram que a variante Delta é cerca de 97% mais transmissível do que o coronavírus
original identificado na China. O Reino Unido estimou que o risco de internação hospitalar
por COVID-19 pela VOC Delta é aproximadamente duas vezes maior quando comparado à
VOC Alpha, com risco de internação particularmente aumentado naqueles com cinco ou
mais comorbidades relevantes, levando a um incremento das taxas de hospitalização e de
mortalidade.
Ainda os estudos preliminares de imunização comparando as variantes Alpha e Delta,
observaram que há uma transmissibilidade maior em indivíduos não vacinados ou que
receberam apenas a primeira dose das vacinas COVID-19, fortalecendo os esforços para
maximizar a cobertura vacinal com duas doses. Dessa forma, ainda existem incertezas
quanto à potencial redução na efetividade das vacinas em relação à variante Delta,
principalmente em indivíduos imunossuprimidos.
Um levantamento da Academia Americana de Pediatria apontou que indivíduos de zero a
19 anos representam 15% dos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos. Já dados do
Reino Unido mostram que a variante Delta levou a um aumento de casos pediátricos sem
alterar a proporção de crianças infectadas em relação à população em geral. Embora não
se tenham evidências de que a variante Delta tenha algum tipo de predileção por faixas
etárias específicas, o fato dela ser uma variante altamente transmissivel pode gerar um
aumento de infecções, acometendo todas as faixas etárias.
Considerando as evidências reunidas até o momento, a Secretaria da Saúde, por
meio da Superintendência de Vigilância em Saúde, recomenda providências
diante da introdução e risco de disseminação da VOC Delta do coronavírus em Santa
Catarina (ABRA O ANEXO E VEJA).

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