Se demanda não corresponder, subsídio ao transporte coletivo de Balneário será dinheiro jogado fora
- Aderbal Machado
- 7 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Município, via BC Tran, fez encontro com público, representantes de classes e interessados com debate sobre o sistema de transporte coletivo de Balneário Camboriú.
Mostrada uma realidade cruel: o sistema é, como está agora, totalmente inviável. Apenas porque não há demanda.
Segundo mostrou a empresa concessionária atual, no mês de abril circularam pouco menos de 1.300 passageiros nos ônibus circulares. Dentre eles, estudantes pagando meia passagem. O prejuízo: quase R$ 1.300.000,00. Não há como resistir.
A proposta clara é subsídio municipal. Até dá para concordar, mas isto significa um desembolso minimo, considerando os valores do prejuízo, algo como R$ 15 milhões por ano. A discussão é o custo/benefício. Considerando-se o social, correto. Considerando-se a mobilidade urbana, idem, pois estimularia o uso dos ônibus em detrimento dos automóveis.
Há outros fatores: a mobilidade mesmo. Se não houver mudanças fundamentais, como a formação de corredores específicos para os coletivos e um novo sistema circular entre as cidades conurbadas - Balneário Camboriú, Camboriú e Itajaí (no mínimo) - com linhas troncais e alimentadoras, pouco ou quase nada resolverá.
A isto se soma a oferta de horários, cumpridos à risca - reconhecida a deficiência do trânsito, com seus congestionamentos terríveis em muitos momentos, principalmente nos horários de pico. Como em quase todas as cidades, mas o caso de Balneário Camboriú é singular, com seu território reduzido, alta concentração demográfica e o ir e vir de pessoas entre as cidades da região, com ênfase para o trajeto simultâneo entre Camboriú e Balneário Camboriú, com as limitações das passagens sob a BR-101.
É bom afirmar uma obviedade: a ocupação dos ônibus durante abril, como mostra relatório da empresa, fica em menos de 1% em relação à população. E isto demonstra um certo desprezo das pessoas sobre o transporte coletivo. O que indica não ser o transporte coletivo, afinal, tão essencial assim. É a impressão nítida que fica.
O subsídio é defensável como conquista e contribuição do município em caráter social e como tentativa de tornar atraente o uso dos ônibus na circulação interna. Mas se continuar com essa demanda mesmo assim, será dinheiro jogado fora. Porque se estará pagando por gente não transportada.
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