Sem ilusões e paixonites, por favor: Carlos Moisés, apesar dos pesares, é forte na campanha
- Aderbal Machado
- 2 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Criticado por políticos de várias regiões e enaltecido pelas mesmas razões por políticos de outras tantas, o governador Carlos Moisés intensifica a cada dia mais a sua campanha pela reeleição. Enaltecido por prefeitos por ter, ao longo do mandato, oferecido atenções e obras ansiadas por muitos anos de outros governantes - os prefeitos do MDB do sul do Estado e do Oeste são exemplos mais claro disso - e, concomitamente, criticado por outras regiões, como a Foz do Rio Itajaí, por ter, justamente, falhado no mais primário dos atendimentos - o amparo à saúde, à educação, ao saneamento e à economia. Foi apenas omisso, seguindo o caminho de tantos outros. Mudou nada. A única referência daqui nem é sua: o Centro de Eventos, entregue finalmente a uma entidade privada por concessão. Apenas completou um jogo já jogado. Mal jogado, é verdade, mas já jogado.
Então, por isso tudo, não adianta acumularem paixonites e críticas de seus desvios políticos e ideológicos em relação ao presidente Bolsonaro (de "traíra" pra fora, o que é real, aliás, mas não parece ter efeito conclusivo, até aqui, na sua performance), de ter conspurcado os ideais e objetivos da campanha de não aderir à "velha política" e aderindo enfaticamente, nos conluios com os partidos. O mais expressivo exemplo ocorreu no episódio da votação do seu impeachment no caso dos respiradores: condenado pela base fundamental jurídica - os cinco desembargadores e absolvido no julgamento dos deputados - inclusive com mudança de voto entre os julgamentos. E isto, hoje, nem conta mais como fator danoso à sua imagem, tal a sucessão de episódios estranhos acumulados ao longo dos meses.
Tudo isso não anula a sua força. E se sabe por que: a sua movimentação com obras e serviços levados aos municípios tem sido gigantesca. Isto ainda é um handicap poderoso, inegavelmente. É a política na sua prática mais comezinha. Nem sempre ética, mas é. Pois política - com eleição de permeio - não é um ambiente para quem não sabe lidar com essa circunstância. Infelizmente, em política e em eleição, a tendência é os exageradamente comportados ou escrupulosos saírem perdendo. Repito: infelizmente, pois não é o ideal, não é o que se espera e quer.
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