Um depoimento sobre a nova orla de um dos nativos que mais conhecem Balneário Camboriú
- 27 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Hoje fui caminhar na praia de ponta a ponta. Fiz isso já centenas de vezes, mas hoje pra conhecer a parte nova, aterrada.
Gostei muito do que vi. Já imaginava que na pontal sul iria dar certo mesmo, porque lá a baia é mais acentuada e ficou um espetáculo. Aquela expectativa que a praia iria afundar de repente não está acontecendo. O declive ficou bem suave praticamente imperceptível.
Uma coisa ficou bem diferente: os prédios ficaram longe, que dá pra pegar inteiro na tela do celular. Da praia não se vê mais a avenida e da avenida não se vê a quebrança da praia.
Eu contei certa vez em Copacabana, 150 passos da avenida até na água. La no pontal hoje, na frente do teleférico, contei incríveis 444 passos. Inacreditável para um lugar que historicamente nunca teve praia. A água batia no mangue.
Vivente tradicional da praia de Balneário Camboriú desde os seus primórdios, Isaque de Borba Corrêa narra sua impressão sobre a nova orla alargada

Na parte molhada a areia não apresenta nenhuma diferença. Na parte seca ainda está no processo de cura, mas é areia boa. Todo morador nosso aqui deveria conhecer.
O canto sul ficou excelente para crianças. Uma coisa Inimaginável: fizeram uma praia legal onde não existia nada.
Só lamento que uma coisa eu acho que não vou mais ver tão cedo na areia. Conchas, criolos, linguetas e muçambico. Estou pensando em fazer umas coletas desses moluscos e semear na praia nova. Quem sabe as futuras gerações poderão pegar uma conchinha no chupão ou no matulo. Se matular é mais fácil coletar, desde que saiba “disferençá” o matulo de uma pisada de pé. No chupão, só um predador nativo do pé bem chato, produto da evolução que os adaptou adequadamente pra sentir a vibração do bicho ao pisar na água.

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